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JUROS FUTUROS VOLTAM A SUBIR COM MERCADO À ESPERA DA PEC DA TRANSIÇÃO

Publicado em: 05/12/2022

por Lucas Bombana | Folhapress

Imagem sobre Juros futuros voltam a subir com mercado à espera da PEC da Transição

Foto: Cláudia Cardozo / Bahia Notícias

Após terem recuado ao longo da semana passada, o mercado local de juros retoma a trajetória de alta no pregão desta segunda-feira (5), com as atenções dos investidores voltadas para as perspectivas para a política fiscal e monetária do país.
Na noite de domingo (4), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), divulgou a pauta de votação da semana com a previsão de análise da PEC da Transição para esta quarta-feira (7).
O texto protocolado autoriza o governo eleito a excluir as despesas com o programa Auxílio Brasil —que voltará a se chamar Bolsa Família— do teto de gastos pelo período de quatro anos. Pela proposta protocolada no Senado, a PEC da Transição terá impacto de R$ 198 bilhões.
O temor dos agentes financeiros acerca da condução da política fiscal a partir de 2023 pelo governo Lula e dos impactos para a trajetória da dívida pública faz com que os juros futuros, que embutem as expectativas do mercado sobre os rumos para a taxa Selic, voltem a registrar alta nesta segunda-feira (5).

Por volta das 12h10,, o contrato de juro futuro com vencimento em 2024 avançava de 13,82% no fechamento de sexta-feira (2) para 13,95% no início da tarde desta segunda. Já o título para 2027 passava de 12,49% para 12,62%.
Em um cenário de maior aversão ao risco tanto no país como também em escala global, a Bolsa de Valores brasileira registra queda acima de 1%, com baixa de 1,24% do Ibovespa, com o índice negociado aos 110.562 pontos. Já no câmbio, o dólar avançava 0,65% frente ao real, a R$ 5,2470 para venda.
“É uma semana chave para a política econômica brasileira. No plano fiscal, o Senado provavelmente votará a Emenda Constitucional que permite gastos acima do teto no ano que vem. Os participantes do mercado também vão acompanhar de perto os sinais do presidente eleito Lula sobre nomes para a equipe econômica”, apontam os analistas da XP Investimentos em relatório.

Segundo os analistas da Nord Research, com a percepção do mercado de uma política fiscal mais expansionista que pode comprometer a dinâmica das contas públicas, os investidores passaram a exigir mais prêmio para financiar o governo, com reflexo nas altas dos juros futuros.
Economista-chefe da Mirae Asset Wealth Management, Julio Hegedus Neto prevê que a votação no Senado na quarta deve vir com números menores de impacto fiscal em relação aos inicialmente apresentados, mais próximo de R$ 150 bilhões e com prazo de dois anos.
O economista acrescenta que, na formação da equipe econômica, as atenções estarão voltadas principalmente para a nomeação do ministro da Fazenda, com o nome do ex-prefeito Fernando Haddad como o mais forte nas apostas do mercado no momento.
Os analistas da XP dizem ainda que também estará no radar do mercado na quarta-feira a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central).
“É amplamente esperado que a taxa básica permaneça em 13,75%. Mas o comitê pode reforçar no comunicado pós-reunião a importância de uma política fiscal equilibrada para ajudar a manter as expectativas de inflação bem ancoradas”, dizem os analistas da XP.
No Relatório Focus publicado nesta segunda pelo BC, as estimativas dos analistas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) aumentou, pela terceira semana seguida, de 5,02% para 5,08%.
Já a taxa Selic deve encerrar o próximo ano em 11,75%, contra 11,50% no levantamento anterior.
BOLSAS SOBEM NA ÁSIA COM RELAXAMENTO NAS RESTRIÇÕES DA POLÍTICA DE COVID ZERO NA CHINA
No mercado global, as Bolsas dos Estados Unidos operam no campo negativo, com dados indicando um mercado de trabalho ainda forte divulgados na sexta voltando a aumentar os temores sobre um aperto monetário mais agressivo por parte do banco central americano (Federal Reserve).
O S&P 500 oscilava em baixa de 0,84% nesta segunda, enquanto o Dow Jones cedia 0,82%, e o Nasdaq, 0,98%.
Os dados “mostraram o mercado de trabalho ainda apertado, contraponto ao objetivo do Fed de reduzir o ritmo de ajustes na reunião da semana que vem”, aponta o economista-chefe da Mirae Asset.

Segundo ele, ainda predomina no mercado a opinião de que o novo aumento do Fed deve desacelerar a 0,5 ponto percentual, ante as últimas quatro altas de 0,75 ponto, mas com a taxa se mantendo no patamar de 5,0% por um tempo “suficientemente adequado”. Após a última alta no início de novembro, a taxas de juros nos Estados Unidos está em um patamar entre 3,75% e 4% ao ano.
Hegedus Neto lembra ainda que, a partir de hoje começa a valer o teto de US$ 60 para o petróleo vendido pela Rússia, o que deve resultar na ameaça no fornecimento aos países que endossarem esta medida.
Na Europa, o índice de ações Euro Stoxx 50 recuava 0,52%, com quedas de 0,67% do CAC-40, de Paris, e de 0,82% do DAX, de Franfurkt.
Já nas Bolsas da Ásia, o dia foi de alta para as ações, com algum alívio do mercado na esteira da reabertura da economia chinesa, com o governo do país relaxando medidas de restrição da política de covid zero após protestos da população.
O Hang Seng, índice acionário de Hong Kong, teve alta de 4,5%, enquanto o CSI 300, da China, subiu 1,96%.

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