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QUEM VAI PAGAR PELA “PRIVATIZAÇÃO”PETISTA

Publicado em: 01/11/2013

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De olhos fixos apenas no palanque de 2014, querem limitar as discussões acerca do resultado do chamado leilão de Libra, o maior campo do pré-sal brasileiro, a um simples debate em torno do significado da palavra privatização. É inegável que houve privatização, aliás, a maior da história do Brasil, pois o vencedor foi um consórcio cujo controle não é público, apesar da negação veemente da candidata-presidente.

A palavra é uma encrenca para o petismo, por questões ideológicas. O desafio agora é explicar a posição antagônica da então candidata Dilma Rousseff, que em 2010 afirmou que seria “um crime privatizar o pré-sal”, e a da, hoje, presidente da República, que entregou cerca de 60% da nossa maior reserva de petróleo para empresas estrangeiras, duas privadas e duas estatais chinesas. Que fique claro: não houve leilão, porque não existiu concorrência.
O governo alardeou o interesse de 40 empresas petrolíferas, depois reduziu o número para 11 e, nos dias que antecederam a escolha, admitiram que quatro consórcios entrariam na disputa. De fato, diante do fiasco e da repercussão internacional, alinhavou-se, de última hora, um acordo fechando o consórcio único para explorar o maior campo de petróleo já visto em águas profundas: a Petrobrás, com 40%; a anglo-holandesa Shell com 20%; a francesa Total com 20% e as estatais chinesas CNPC e CNOOC, cada uma com 10%. Tudo definido com o lance mínimo, o menor lucro possível para o país.

Alguns fatores afastaram as maiores petrolíferas do planeta, reduzindo a importância do leilão: falta de clareza na definição das regras do jogo e do papel da Petrobrás mas, principalmente, da baixa credibilidade do governo federal. Indecisões, demora na realização ocasionaram en ormes perdas de oportunidades. Os investidores se afastaram, foram para outros campos do mundo.
O mais sério, entretanto, ainda está por vir. Libra exigirá investimentos em torno de US$ 200 bilhões nos próximos 35 anos. A produção do campo deve começar por volta de 2020, mas já, agora, em novembro, na assinatura do contrato, a Petrobrás deverá desembolsar R$ 6 bilhões pelo direito de explorar a área, que sairá dos cofres da estatal. A presidente da Petrobrás, Graça Foster, afirmou que ‘dinheiro não é problema para a empresa’. Não é verdade. A situação financeira da Petrobrás está fragilizada em função de um endividamento recorde de R$ 176 bilhões. Seu lucro caiu 39% no terceiro trimestre, devido a nebulosos negócios.
Não se sabe de onde virão os recursos, mas o governo faz cálculos para reajustar os combustíveis com “novo” modelo, que lembra o velho e famigerado ‘gatilho’. Enfim, a fraude da demonização das privatizações, o engodo da autonomia do petróleo, a nefasta pratica do apadrinhamento para acomodar ‘companheiros’ e o permanente uso da Petrobrás para fins eleitorais parece ter chegado ao fim. As urnas de outubro de 2014 darão a resposta.

Imbassahy é deputado federal pelo PSDB e líder da oposição no Congresso

Fonte: Correio da Bahia

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