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POPULAÇÃO DE GAMEIRA DA LAPA FAZ PROTESTO POR MELHORIAS DA BA 161

Publicado em: 22/2/2013

20130221073742O estado de decomposição da BA 161, trecho que liga Sítio do Mato/Gameleira/BR 242 está prestes a causar um grande colapso social. Este trecho envolve basicamente os municípios de Sítio do Mato, Serra Dourada, Brejolândia e Muquém do São Francisco. Os órgãos responsáveis por esse drama humano ferem vários artigos constitucionais.

Já passam dos 11 anos a situação caótica da estrada, desgastando a vida das pessoas e afundando os empresários da região. As perdas econômicas são incalculáveis e as sociais já são catastróficas, podendo ser agravar ainda mais com a estiagem da região.

O último Censo do IBGE (2010) apontou o que a nossa região temia, sendo que Sítio do Mato e Muquém do São Francisco entraram para o “seleto” entre os dez municípios mais pobres de todo Estado da Bahia. A única diferença é que Sítio do Mato foi o 1º e Muquém, o 8º mais pobre.

Vejam que é incompatível esta situação, caso não existisse o problema da Rodovia: entre os 417 municípios baianos Sítio do Mato é 298º Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), enquanto que Muquém é o 287º colocado. Isto mostra claramente os efeitos perversos das condições da estrada sobre a renda desses municípios. Isto mostra a negligência estadual.

As perdas são enormes na agropecuária, e chegam à casa dos 80% de queda nas lavouras permanente e temporárias no período de 2002 a 2010. Antes, compradores e caminhoneiros eram os principais compradores. A bacia leiteira que liga Serra Dourada a Sítio do Mato vinha sendo a principal fonte de renda na região para as famílias mais pobres, mas, por falta de infraestrutura para escoamento, os laticínios pararam de circular e muitos produtores abandonaram o ramo nessa região.

O entorno dessa rodovia engloba o maior número de assentamentos rurais de todo Estado da Bahia, sendo o principal meio de locomoção de milhares de pessoas. As dificuldades não são somente para os agricultores familiares. As crianças são as mais penalizadas nesse processo. As mesmas acordam, em média, 4 horas da manhã para estarem nos colégios, tanto no Distrito de Gameleira quanto nos de Sítio do Mato (sede) às 7 horas da manhã. Detalhe: sem tomar café da manhã e as vezes ficam no deserto, quando os recorrentes buracos quebram os ônibus. Certa vez, estas crianças voltaram para os seus domicílios às 18 horas da tarde.

Na saúde o drama aumentou mais ainda. Isto porque profissionais de saúde não querem trabalhar na região por conta desse tratamento desumano que existe na região. Além disso, os pacientes que são transportados horas por uma ambulância, seus familiares temem o pior, de fato, mais pelas condições da estrada do que pela própria enfermidade. Uma verdadeira desilusão social.

Recentemente, associada a este cenário, a seca se intensificou de forma aguda, deixando um verdadeiro rastro de destruição. Mais uma vez claramente, falta de apoio e inúmeras promessas para a sobrevivência de um humilde e trabalhador.

Por último, os constantes riscos a vida. Ônibus caindo em verdadeiras crateras em ribanceiras e derrapagem às margens desta terminal rodovia. Infelizmente, o sentimento de abandono e incapacidade é visível nesse povo, que completa a 11ª esperança num Estado chamado “Bahia”.

Enfim, os cofres do Estado da Bahia recebem milhões de reais do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e Fundo da Educação (Fundeb) com a contagem dessa gente, pois a população e a pobreza são essenciais nessa contagem, mas vejam como são tratados.

Caso esta estrada não sai este ano, podem ter certeza que milhares de famílias irão para extremo da extrema pobreza, uma vez que dessa vez não é só a estrada que está afetando não, a seca veio devastadora na região. Será que seremos cúmplices ou culpados? A Bahia está no século XXI? Em que lugar do mundo podemos defender nosso Estado?

Texto produzido pela população de Gameleira da Lapa e Publicado no portal Notícias da Lapa

Fonte:Jornal Nova Fronteira

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