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O CURIOSO CASO DE RUI COSTA E O ANTIPETISMO NÃO ADERENTE- POR FERNANDO DUARTE

Publicado em: 03/10/2018

por Fernando Duarte

O curioso caso de Rui Costa e o antipetismo não aderente

Foto: Ulisses Dumas/ Divulgação

O governador baiano Rui Costa (PT) definitivamente nada contra a maré do PT no plano federal. Enquanto há um sentimento de antipetismo muito forte no plano federal, na corrida pela eleição de 2018 o baiano não é associado ao partido ao qual é filiado e pode vencer ainda no primeiro turno com um acachapante percentual de votos válidos, caso se confirmem as projeções das pesquisas divulgadas. O curioso caso de Rui Costa caminha para ser objeto de estudos no futuro.

 

Uma prova de que o caso de Rui é sui generis é a diferença de percentual de intenção de votos dele e a quantidade de apoiadores dele que acompanham a candidatura de Fernando Haddad (PT) ao Palácio do Planalto. Naturalmente, o governador baiano não consegue transferir integralmente os votos para o candidato petista à Presidência da República. Porém é comum ouvir que, “apesar de petista”, Rui faz um bom governo. Tanto que, mesmo que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) apareça com percentual não desprezível na Bahia, uma parte dos apoiadores do capitão votam no PT para permanecer no governo estadual.

 

Nos meios empresariais, por exemplo, existe uma onda conservadora que dialoga com a candidatura de extrema direita de Bolsonaro. Para essa parte da população, o flerte com o extremismo é também reflexo da onda anti-PT que tomou corpo a partir de junho de 2013 e parece estar próxima de uma culminância durante o pleito deste ano. No entanto, o apoio a Rui é maciço e, por mais que existam divergências ideológicas, não há constrangimento em mantê-lo no Palácio de Ondina.

 

O descolamento de Rui do petismo clássico não é novo e foi construído ao longo de todo o mandato dele. O governador defendeu a presidente Dilma Rousseff, mas não foi tão protagonista quanto o maranhense Flávio Dino (PCdoB) no papel. E, ao longo das trapalhadas do partido, conseguiu se desgrudar das polêmicas e das posições radicais da direção nacional da sigla.

 

Caso se confirme a reeleição com o percentual histórico apontado pelas intenções de voto medidas ao longo da campanha, o governador da Bahia tende a despontar como um nome ainda maior do PT do que já o é. Ao lado do padrinho Jaques Wagner, Rui apareceria como um interlocutor entre o passado e o futuro do Partido dos Trabalhadores que, independente do resultado das urnas, deve passar por um processo de revisitação. Se souber aproveitar, Rui pode até navegar em mares mais tranquilos no futuro político brasileiro.

 

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (3) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM.

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