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Redução no tamanho da Petrobras e ‘saída’ de setores geraram cenário atual, diz Gabrielli

Publicado em: 11/3/2021

por Mauricio Leiro

Foto: Reprodução / Agência Petrobras

Os aumentos recorrentes no preço dos combustíveis (relembre aqui) vem ligando um sinal de alerta para o momento turbulento em que a Petrobras vem passando. Para o baiano e ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli aponta que os reflexos atuais são em decorrência de um processo feito desde 2016. A saída da empresa de setores produtivos além da venda de ativos, como a refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Bahia (reveja aqui) colaboraram para efeitos sentidos pela sociedade, aponta Gabrielli. 

 

“Acredito que estamos vivendo um resultado de uma opção tomada em 2016, a partir de diminuição do tamanho da Petrobras e com a saída da empresa de várias áreas. Entre elas, a venda da BR Distribuidora, ficou apenas uma parcela, a Liquigás, as refinarias, fazendo essa diminuição para incentivar a entrada do mercado internacional. Tudo isso fez com que a Petrobras fizesse ajustes diários no período de Pedro Parente [presidente da estatal no governo Michel Temer] e acompanhando o ajuste do mercado internacional. Vendeu as refinarias do Brasil. A saída da Petrobras desses processos implica que vamos ficar submetidos a variação internacional”, explicou ao Bahia Notícias.

 

Gabrielli foi diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, até ser nomeado membro do Conselho de Administração da Petrobras e presidente da empresa. Com sete anos à frente da petrolífera, teve o mandato mais longevo da história. 

 

O ex-presidente disse que a estatal é uma grande exportadora de petróleo cru e concentrada na bacia de Santos (SP) e Campos (RJ) e virou um grande exportador, priorizando o mercado externo. “Na medida que se faz isso você fica dependente. Se em cima disso vem a variação do Brasil”, disse.

 

Para um ajuste efetivo, Gabrilli aponta que seria necessário em um primeiro momento “estimular a Petrobras a usar a capacidade de refino”. “Com os custos em reais o custo de produção, não seria no preço de mercado. Teríamos a capacidade de administrar os preços sem precisar do ajuste cotidiano”, comentou.

 

“Além de ser sem prejuízo na companhia. O segundo elemento é reverter a política que tem hoje e retomar o papel de refinarias. Que produzem derivados de boa qualidade. Isso no curto prazo. Os limites de reduzir impostos federais e estaduais tendem a ser menores, apesar de indicar o aumento do preço, então você teria que ter contenção dos custos e utilizar a capacidade. Acho que esse governo tenha mudado a diretoria e tem novas indicações, eles não tem coragem de fazer uma mudança nessa dimensão. Vai de encontro a tudo que Guedes”, acrescentou.

 

QUEM VAI COMANDAR A PETROBRAS?

O cabo de guerra entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco ocorreu por conta da gestão da empresa e das sucessivas altas no preço dos combustíveis. Bolsonaro então anunciou que iria promover uma substituição no comando da estatal e anunciou o general Joaquim Silva e Luna (relembre aqui).

 

A cisão gerou impactos até na bolsa de valores, que chegou a operar em queda por conta de uma reação do mercado financeiro à decisão do presidente em indicar um novo presidente (reveja aqui).

 

Após isso, o calor entre o chefe do executivo federal e a estatal não diminuiu. Os conselheiros da empresa decidiram, de forma unânime, interpelar o capitão sobre as declarações que ele deu nos últimos dias em relação à gestão da estatal (veja mais).

 

O governo federal então encaminhou para a Petrobras uma lista com a indicação de seis nomes para integrar o Conselho de Administração da Petrobras. Os indicados serão apresentados à Assembleia Geral Extraordinária da empresa. Dos listados, dois já integram o conselho. Um deles é o atual presidente, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que é almirante de esquadra da reserva e já ocupou o cargo de comandante da Marinha (veja aqui).

 

O Conselho de Administração da Petrobras decidiu convocar uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), em data a ser definida, para deliberar sobre a troca de comando da empresa. Segundo o comunicado divulgado pela companhia no início da noite, a AGE será realizada antes da Assembleia Geral Ordinária (AGO) de 2021. 

 

Na AGO será decidida a destituição de Castello Branco do cargo de membro do Conselho de Administração, o que acarreta a destituição dos demais sete membros do conselho de eleitos na AGO de julho de 2020. Serão eleitos oito membros do Conselho de Administração e haverá a eleição do presidente do conselho, de acordo com a Agência Brasil.

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