PT da Bahia não descarta caminhar ao lado de aliados do DEM em ato contra Bolsonaro
Publicado em: 16/9/2021por Lula Bonfim
Presidente do PT-BA, Éden Valadares | Foto: Bahia Notícias
Uma nova manifestação antibolsonarista está sendo planejada em todo o Brasil para o dia 2 de outubro. Em Salvador, partidos e movimentos de esquerda que integram a coordenação “Fora Bolsonaro” na Bahia ainda conversam para definir local e horário do protesto. Mas o que já se sabe é que eles estão dispostos a caminhar lado a lado inclusive com aliados do DEM no estado. Pelo menos, é essa a posição do presidente estadual do PT, Éden Valadares.
“Vamos fazer uma reunião essa semana. Já há uma coordenação do Fora Bolsonaro na Bahia, com o PT, PCdoB, PSOL, PSB e as Frentes Populares, e nossa ideia é convidar para organização conjunta dos atos outros partidos e movimentos sociais”, disse Éden, em entrevista ao Bahia Notícias nesta quarta-feira (15).
“Ainda não fizemos a reunião. Mas, para nós do PT, todos que são a favor da democracia, contra a agenda autoritária e pelo Fora Bolsonaro são bem-vindos”, completou o presidente estadual do PT.
Entretanto, os braços abertos do petismo na Bahia não se estendem a absolutamente todos que quiserem. O Democratas, partido liderado pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, não está incluído, caracterizando um limite rígido para o PT-BA nas alianças contra Bolsonaro no estado.
“O DEM é o principal aliado de Bolsonaro. Sustenta seu governo, tem inúmeras indicações, emendas e o presidente do partido, ACM Neto, tem dado repetidas declarações contra o impeachment e de diálogo com Bolsonaro”, criticou Éden, mirando em quem deve ser o principal adversário do PT pelo governo da Bahia em 2022.
Por outro lado, o PDT, mesmo sendo aliado do grupo de ACM Neto e do atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), é colocado como bem-vindo à frente contra Bolsonaro. O partido, que abandonou suas alianças com o PT nacional e estadualmente, tenta construir a candidatura de Ciro Gomes à presidência e mantém críticas constantes ao bolsonarismo.
“O PDT é um partido que sempre se opôs à forma de condução do presidente. Essa [estar ao lado do DEM na Bahia] é uma contradição que eles têm que lidar. Mas, insisto, para defender a democracia contra o projeto autoritário de Bolsonaro, todos são bem-vindos”, finalizou Éden.
Além da manifestação do próximo dia 2 de outubro, a oposição a Jair Bolsonaro também confirma outro protesto para o dia 15 de novembro, dia em que se comemora a proclamação da República. Nacionalmente, o PDT já se juntou a PT, PCdoB, PSOL e PSB para a organização desses atos, assim como PV, Rede, Cidadania e Solidariedade.
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