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por Mari Leal / Ailma Teixeira Dinâmica de Rui mantém base fragmentada e dificulta ‘convergência’ desejada pelo PTFoto: Reprodução / Redes Sociais A ideia de ter mais de uma candidatura da base governista em um primeiro turno das eleições municipais de 2020 em Salvador já se apresenta como fator irreversível e, reiteradas vezes, foi apontada como “natural” pelo próprio líder do grupo, o governador Rui Costa (PT). A dificuldade, no entanto, é vislumbrar ao eleitorado a conjunção de candidaturas a partir de uma estratégia comum e organizada. Conforme apurado pelo Bahia Notícias, até esta terça-feira (28), a linha adotada tem sido cada sigla desbravar os próprios destinos. É nesta perspectiva que se vê concretizar duas pré-candidaturas com acenos sócio-eleitorais tão próximos, como as de Olívia Santana (PCdoB), que fechou aliança com o PP, e da major Denice Santiago (PT), escolhida e tutelada diretamente por Rui. Apesar da predileção prévia, definir um vice ou uma vice com expressividade dentro da própria base ainda não parece ter sido objeto de disposição, apesar de dirigentes do partido falarem em “realização de diálogos” e terem uma perspectiva de “convergência” (leia aqui). Teoricamente, a base do governador Rui Costa tem 14 partidos aliados. Destes, seis possuem pré-candidatos – Major Denice Santiago (PT), Olívia Santana (PCdoB), Bacelar (Podemos), Isidório (Avante), Eleusa Coronel (PSD) e Lídice da Mata (PSB) -; o PP , liderado pelo vice-governador João Leão, fechou aliança com o PCdoB; o PDT, presidido pelo deputado Félix Mendonça, dá cada dia mais sinais de que, em âmbito municipal, marchará com o principal opositor, Bruno Reis (DEM), o PTC já declarou apoio ao Podemos; o PL segue dividido e, no âmbito municipal, não deixa dúvidas do apoio a Bruno Reis. Ao BN, representantes de diversos partidos alegaram não terem sido “convocados” para uma conversa, nem mesmo para uma possível articulação de chapa com a candidata do PT. “O conselho político até o momento não se reuniu. Ninguém chamou pra conversar. Tentei conversar com o governador algumas vezes sobre isso. Não consegui. O senador Otto Alencar é testemunha porque pedi a ele. Eu estou na base do governo, mas o governo não chamou pra conversar, especialmente sobre Salvador”, relata José Carlos Araújo (PL). De igual forma conta o senador Otto Alencar, presidente do PSD, que figura entre os maiores partidos da base. “A candidatura de Eleusa está posta, consolidada, mas diante da crise sanitária, não há como se fazer nenhuma articulação presencial porque nós estamos seguindo os protocolos da Organização Mundial da Saúde e do governo da Bahia”. Sobre conversas ou interesse para que Eleusa componha a chapa com Denice, o senador é taxativo, mesmo afirmando sobre a inexistência de conversas: “Aí quem pode dizer é Eleusa. A candidatura pertence a ela. Então ela vai seguir o destino dela e se resolver. Quando você tem um partido e esse partido decide que um de seus membros será o candidato, ele passa a ser aquele que vai definir. Mas eu acho que ela vai levar a candidatura até o fim”. Em conversa com o BN, Eleusa não descartou a possibilidade de uma composição, mas garantiu que “a princípio não houve nenhuma conversa com Denice ou Rui, que é quem lançou, nem com o próprio Wagner [Jaques Wagner, senador pelo PT]”. “Eu continuo na nossa pré- candidatura pelo PSD. Não tem nenhuma articulação. Mas qualquer partido pode ser vice”, alerta. A pré-candidata citou ainda a disposição já apontada pelo também pré-candidato Pastor Sargento Isidório (Avante). “Ele já falou para mim que tanto ele pode ser meu vice, como eu posso ser vice dele. Mas não tem nada ainda definido. Até o período das convenções vamos tomar essas decisões”, acrescenta. Olívia Santana vai além: “A minha candidatura está consolidada e é irreversível. Me sinto muito tranquila em relação a isso. O governador tem respeitado essa construção que o PCdoB vem fazendo, liderado por mim para a cidade de Salvador. O PT tomou já sua decisão, escolhendo sua candidata. Não teve nenhuma discussão com nenhum partido da base. Usou sua independência para construir seu projeto. Nós fizemos a mesma coisa. Construímos o nosso projeto de maneira independente, buscando dialogar com outras forças, por isso, estamos aliançados com o PP”. “A relação com o governador tem sido de cordialidade. Em relação a candidata do PT, ele é do Partido dos Trabalhadores, tem priorizado a relação interna no partido com a candidata do partido. Entendo que haverá o momento em que ele dará também algum tipo de atenção às demais candidaturas da sua base. Afinal de contas, é uma base plural, com diversas organizações partidárias que foram determinantes para a vitória do governador e, portanto, toda sua base espera uma relação de reciprocidade”, acrescenta. Como adiantou o BN (leia aqui), fontes do PT, sob anonimato, expressaram a existência de uma tensão interna por conta das candidaturas de Olívia e Denice coexistirem. Conforme a mesma fonte, que falou sob sigilo, uma opção possível para o caso de manutenção da candidatura posta pelo PCdoB seria o PT buscar uma aliança com o PSB, mas, neste caso, outro impasse aparece que é a difícil missão de convencer Lídice a assumir o lugar de vice ou garantir uma aliança com a sigla, mas personificada na figura da atual deputada estadual Fabíola Mansur. Fonte do PSB, no entanto, garante que a conversa “circulou”, mas que “não tem fundamento”. Já Bacelar, em entrevista ao repórter Maurício Leiro (leia aqui), reafirmou que é sua pré-candidatura está “definidíssima”: “sou o único candidato que tem apoio de outros partidos”. Alegou, porém, que “é uma pessoa de grupo” ao ser questionado se aceitaria compor uma chapa com a candidata do PT. “Precisamos discutir estratégia. Meu nome é melhor como prefeito, como vice, e até não ser candidato. Até isso. Não sou daqueles que acham que é tudo ou nada. Não é política é estratégia militar”. Sobre a dinâmica do governador para a organização da base diante das eleições, o deputado federal enfatiza: “Falta coordenação. Coordenação política e não preciso nem eu dizer, quem acompanha o noticiário político vê que estamos num momento difícil de pandemia, em que o governador dedica muito suas atividades e seu tempo a questão da pandemia e não tem dado a coordenação política”.

Publicado em: 29/7/2020

por Mari Leal / Ailma Teixeira

Dinâmica de Rui mantém base fragmentada e dificulta 'convergência' desejada pelo PT

Foto: Reprodução / Redes Sociais

A ideia de ter mais de uma candidatura da base governista em um primeiro turno das eleições municipais de 2020 em Salvador já se apresenta como fator irreversível e, reiteradas vezes, foi apontada como “natural” pelo próprio líder do grupo, o governador Rui Costa (PT). A dificuldade, no entanto, é vislumbrar ao eleitorado a conjunção de candidaturas a partir de uma estratégia comum e organizada. Conforme apurado pelo Bahia Notícias, até esta terça-feira (28), a linha adotada tem sido cada sigla desbravar os próprios destinos. 

 

É nesta perspectiva que se vê concretizar duas pré-candidaturas com acenos sócio-eleitorais tão próximos, como as de Olívia Santana (PCdoB), que fechou aliança com o PP, e da major Denice Santiago (PT), escolhida e tutelada diretamente por Rui. Apesar da predileção prévia, definir um vice ou uma vice com expressividade dentro da própria base ainda não parece ter sido objeto de disposição, apesar de dirigentes do partido falarem em “realização de diálogos” e terem uma  perspectiva de “convergência” (leia aqui). 

 

Teoricamente, a base do governador Rui Costa tem 14 partidos aliados. Destes, seis possuem pré-candidatos  – Major Denice Santiago (PT), Olívia Santana (PCdoB), Bacelar (Podemos), Isidório (Avante), Eleusa Coronel (PSD) e Lídice da Mata (PSB) -; o PP , liderado pelo vice-governador João Leão, fechou aliança com o PCdoB; o PDT, presidido pelo deputado Félix Mendonça, dá cada dia mais sinais de que, em âmbito municipal, marchará com o principal opositor, Bruno Reis (DEM), o PTC já declarou apoio ao Podemos; o PL segue dividido e, no âmbito municipal, não deixa dúvidas do apoio a Bruno Reis. 

 

Ao BN, representantes de diversos partidos alegaram não terem sido “convocados” para uma conversa, nem mesmo para uma possível articulação de chapa com a candidata do PT. “O conselho político até o momento não se reuniu. Ninguém chamou pra conversar. Tentei conversar com o governador algumas vezes sobre isso. Não consegui. O senador Otto Alencar é testemunha porque pedi a ele. Eu estou na base do governo, mas o governo não chamou pra conversar, especialmente sobre Salvador”, relata José Carlos Araújo (PL). 

 

De igual forma conta o senador Otto Alencar, presidente do PSD, que figura entre os maiores partidos da base. “A candidatura de Eleusa está posta, consolidada, mas diante da crise sanitária, não há como se fazer nenhuma articulação presencial porque nós estamos seguindo os protocolos da Organização Mundial da Saúde e do governo da Bahia”. 

 

Sobre conversas ou interesse para que Eleusa componha a chapa com Denice, o senador é taxativo, mesmo afirmando sobre a inexistência de conversas: “Aí quem pode dizer é Eleusa. A candidatura pertence a ela. Então ela vai seguir o destino dela e se resolver. Quando você tem um partido e esse partido decide que um de seus membros será o candidato, ele passa a ser aquele que vai definir. Mas eu acho que ela vai levar a candidatura até o fim”. 

 

Em conversa com o BN, Eleusa não descartou a possibilidade de uma composição, mas  garantiu que “a princípio não houve nenhuma conversa com Denice ou Rui, que é quem lançou, nem com o próprio Wagner [Jaques Wagner, senador pelo PT]”. “Eu continuo na nossa pré- candidatura pelo PSD. Não tem nenhuma articulação. Mas qualquer partido pode ser vice”, alerta. A pré-candidata citou ainda a disposição já apontada pelo também pré-candidato Pastor Sargento Isidório (Avante). “Ele já falou para mim que tanto ele pode ser meu vice, como eu posso ser vice dele. Mas não tem nada ainda definido. Até o período das convenções vamos tomar essas decisões”, acrescenta. 

 

Olívia Santana vai além: “A minha candidatura está consolidada e é irreversível. Me sinto muito tranquila em relação a isso. O governador tem respeitado essa construção que o PCdoB vem fazendo, liderado por mim para a cidade de Salvador. O PT tomou já sua decisão, escolhendo sua candidata. Não teve nenhuma discussão com nenhum partido da base. Usou sua independência para construir seu projeto. Nós fizemos a mesma coisa. Construímos o nosso projeto de maneira independente, buscando dialogar com outras forças, por isso, estamos aliançados com o PP”. 

 

“A relação com o governador tem sido de cordialidade. Em relação a candidata do PT, ele é do Partido dos Trabalhadores, tem priorizado a relação interna no partido com a candidata do partido. Entendo que haverá o momento em que ele dará também algum tipo de atenção às demais candidaturas da sua base. Afinal de contas, é uma base plural, com diversas organizações partidárias que foram determinantes para a vitória do governador e, portanto, toda sua base espera uma relação de reciprocidade”, acrescenta. 

 

Como adiantou o BN (leia aqui), fontes do PT, sob anonimato, expressaram a existência de uma tensão interna por conta das candidaturas de Olívia e Denice coexistirem. Conforme a mesma fonte, que falou sob sigilo, uma opção possível para o caso de manutenção da candidatura posta pelo PCdoB seria o PT buscar uma aliança com o PSB, mas, neste caso, outro impasse aparece que é a difícil missão de convencer Lídice a assumir o lugar de vice ou garantir uma aliança com a sigla, mas personificada na figura da atual deputada estadual Fabíola Mansur. Fonte do PSB, no entanto, garante que a conversa “circulou”, mas que “não tem fundamento”. 


Já Bacelar, em entrevista ao repórter Maurício Leiro (leia aqui), reafirmou que é sua pré-candidatura está “definidíssima”: “sou o único candidato que tem apoio de outros partidos”. Alegou, porém, que “é uma pessoa de grupo” ao ser questionado se aceitaria compor uma chapa com a candidata do PT. “Precisamos discutir estratégia. Meu nome é melhor como prefeito, como vice, e até não ser candidato. Até isso. Não sou daqueles que acham que é tudo ou nada. Não é política é estratégia militar”. Sobre a dinâmica do governador para a organização da base diante das eleições, o deputado federal enfatiza: “Falta coordenação. Coordenação política e não preciso nem eu dizer, quem acompanha o noticiário político vê que estamos num momento difícil de pandemia, em que o governador dedica muito suas atividades e seu tempo a questão da pandemia e não tem dado a coordenação política”.

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