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Gestão de pandemia vai definir ‘sorte’ de candidatos nas eleições, avalia professor

Publicado em: 22/7/2020

por Francis Juliano

Gestão de pandemia vai definir 'sorte' de candidatos nas eleições, avalia professor

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Como tudo em 2020, as eleições também vão ser impactadas pela Covid-19. Vale para quem tentará se reeleger como para quem busca uma vaga na prefeitura ou na Câmara. A percepção é do professor de direito da Ufba e analista do TRE-BA, Jaime Barreiros Neto. Segundo ele, no caso dos prefeitos, a condução das ações de saúde conjugadas com a administração da crise financeira podem selar a sorte dos candidatos. Pode, inclusive, até “virar o jogo”, saindo de uma avaliação negativa para outra mais favorável.

 

“Aquele prefeito que conseguir lidar melhor não só com a crise de saúde, mas com a crise da economia, ele poderá ter um resultado eleitoral melhor, mesmo tendo feito uma gestão ruim até então. E o contrário também é verdadeiro. O prefeito que tinha a reeleição garantida, pode ter a eleição ameaçada”, avaliou em entrevista ao Bahia Notícias.

 

O professor comparou com o exemplo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. “Antes da pandemia, todo mundo dava como certa a reeleição dele. Mas a forma como ele tem conduzido o país, tornando os Estados Unidos como o epicentro da doença no mundo, com a maioria das mortes, a reeleição dele já está ameaçada”, conjecturou.

 

PROBLEMA SANITÁRIO
Com as reuniões e encontros vetados, a tendência é que as redes sociais tenham uma importância ainda maior em 2020. No entanto, o costume do corpo a corpo, comum nos pleitos municipais, pode ocorrer à revelia dos riscos da pandemia, o que pode acelerar o contágio do novo coronavírus nas cidades.

 

“Eu acho que muitos candidatos a vereador irão ao encontro do eleitor, e isso pode ser um problema sanitário, porque pode levar a doença para vários lugares”, disse. Com a campanha nas redes sociais, Jaime Barreiros Neto considera que políticos já conhecidos podem ter mais sucesso, já que nem todo mundo tem acesso à internet, como na zona rural. 

 

TENDÊNCIA AGRAVADA
No caso de quem disputa reeleição, o professor acredita que a tendência expressada em 2016 deve se acentuar. No último pleito, mais da metade [52%] que tentou a reeleição perdeu. “A gente já não pode ter certeza de reeleição de nenhum prefeito. Já não tivemos na última eleição quando pela primeira vez os candidatos à reeleição não se reelegeram. E nesse ano, o cenário é ainda mais imprevisível porque tem esse fator novo que será decisivo. E o eleitor tende a analisar não apenas o mandato como um todo, mas principalmente o último ano, e esse último ano coincidiu com a pandemia”, comentou.

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