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ATO NA AL-BA RELEMBRA MASSACRE DO ELDORADO DOS CARAJÁS

Publicado em: 20/4/2022

Um ato do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), na tarde de terça-feira (19), relembrou os mártires do massacre do Eldorado dos Carajás – quando 21 trabalhadores rurais, em luta por reforma agrária, foram assassinados no Sudeste do Pará, em 17 de abril de 1996. O evento, uma iniciativa da deputada Fátima Nunes (PT), é a última pauta das trabalhadoras e trabalhadores rurais na capital baiana, onde chegaram após oito dias de marcha pela BR-324.

 

De Feira de Santana a Salvador, o efetivo de cerca de 3 mil militantes só parou no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde fez acampamento, nesta segunda-feira (18), para, entre outras pautas, denunciar a violência no campo e a paralisação da reforma agrária na Bahia. Os versos de Morte e Vida Severina, poema de João Cabral da Melo Neto musicado por Chico Buarque, na voz da atriz e cantora Tânia Alves, compuseram um pequeno videodocumentário, que trouxe imagens do massacre e de outros episódios de violação de direitos humanos no país.  Refrões de luta campesina eram puxados sempre após o anúncio do nome do próximo orador, entre eles políticos, autoridades, dirigentes sindicais, de partidos e de movimentos sociais.

 

Da Casa, prestigiaram os deputados Rosemberg Pinto, Bira Corôa, Osni Cardoso e Maria del Carmen, do PT, e o deputado Angelo Almeida, do PSB. Originário do movimento, o deputado federal Valmir Assunção (PT) definiu a marcha do MST como vitoriosa, não só por ter alcançado alguns pleitos, como calçamento e água, mas por retomar o vigor da luta após a pandemia. “Nós sabemos o que é ficar debaixo da lona preta”, disse o parlamentar ao elogiar a perseverança da plateia, que percorreu 110 km em uma semana, alguns dias sob fortes chuvas.

 

Antes do ato na ALBA, o MST foi recebido pelo secretário estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Jeandro Ribeiro, que se fez presente na mesa do evento. Quebrando o protocolo da cerimônia, onde representava oficialmente o governador Rui Costa, o chefe da pasta de Assuntos Rurais dividiu sua fala com a colega de governo, a secretária de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).

 

Coube ao senador Jaques Wagner (PT) anunciar que o governador Rui Costa receberia um grupo de representantes do movimento em seu gabinete nesta quarta-feira (20). O ex-governador relembrou que já foi, com orgulho, o representante, na Câmara dos Deputados,   do MST, “organização que se tornou referência internacional por sua seriedade, bravura e pela justiça de sua luta”.

 

A defensora pública Firmiane Venâncio fez questão de registrar que o órgão era a única instituição do sistema de Justiça presente no encontro. “A Defensoria Pública do Estado da Bahia está ao lado de todos vocês na busca pela efetivação dos seus direitos e dizendo, a cada um e cada uma que precise, nas 54 comarcas em que estamos nesse Estado, que vocês podem contar com aquela porta verde que se abre para o acesso à Justiça e direito de todos e de todas”, disse.

 

Para o ex-secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, “o MST não marcha para o MST”, seus atos ganham simbologia maior e arrastam outras lutas consigo, ainda mais em um momento tão delicado para o Brasil. Rodrigues, que também dirigiu a SDR, destacou a data do massacre do Eldorado dos Carajás como importante para a luta da democracia brasileira.

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