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ARTICULAÇÃO DE LULA BARRA DISSIDÊNCIAS

Publicado em: 26/5/2014

por Erich Decat e Ricardo Della Coletta | Estadão Conteúdo

Articulação de Lula barra dissidências

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff conseguiram, às vésperas das convenções partidárias de junho, reverter a onda negativa no meio político e estancar dissidências na base aliada. O PT caminha agora para ter uma ampla coalizão de dez partidos, a maior desde a primeira candidatura presidencial, em 1989. O arranjo de forças deve dar a Dilma o triplo do tempo de TV do seu principal adversário, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Isso foi possível após a combinação de alguns aspectos, como a recuperação de Dilma nas pesquisas, apontada pelo Ibope na quinta-feira, além da concessão de cargos aos aliados. Mas foi a articulação direta de Lula com os dirigentes partidários, nos últimos 15 dias, que possibilitou a reversão do cenário. Só na semana passada, Dilma assegurou a adesão do PTB e o “pré-apoio” anunciado pelo PP. Até o PROS, que apresentava problemas, indica entrada na aliança. Situação bem diferente de um mês atrás. Até então, Dilma enfrentava queda nas pesquisas, denúncias de irregularidades na Petrobrás e abertura de CPIs no Congresso, além de dissidências no próprio PT, com setores a favor do “Volta, Lula”. Avalista da reeleição de Dilma, o ex-presidente tem conversado com a ala mais próxima a ele do PMDB, encabeçada pelos senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL), e dirigentes de outros partidos, como o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP. Nas conversas, Lula tem oferecido a garantia de seu apoio às pretensões regionais dessas siglas, além de traçar um cenário favorável à reeleição de Dilma. Delegou também missões ao presidente do PT, Rui Falcão. Ele esteve no Norte para acertar as alianças regionais com os peemedebistas Eduardo Braga (AM) e Romero Jucá (RR). “Há uma ação muito forte do Lula e do Rui (Falcão) nesses partidos. O Lula tem credibilidade quando fala com os aliados e, nos últimos 15 dias, ele conversou com meio mundo”, afirma o vice-presidente do PT, José Guimarães (CE). No PROS, que até a semana passada se dividia em uma ala pró-Eduardo Campos (PSB) e outra ligada a Dilma, a situação se acalmou. “Hoje temos 98% da bancada a favor da candidatura de Dilma”, diz o líder do partido na Câmara, Givaldo Carimbão (AL). A estratégia do Planalto em abrir espaço no governo para legendas que já estiveram no campo dos adversários também surtiu efeito. No caso do PTB, os acertos, segundo o presidente da sigla, Benito Gama, ocorreram diretamente com Dilma e com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com aval de Lula. Duas semanas antes de aderir à campanha da petista, o PTB emplacou o tesoureiro da legenda em uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal. Segundo Benito, o que pesou na decisão, no entanto, foi a falta de expectativa em relação aos adversários da presidente. “Não tínhamos alternativa. As candidaturas de Aécio e Eduardo são um voo no escuro”, diz.

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